Por Edivaldo Dondossola, Bom Dia Rio
Simples tampinhas de plástico podem se transformar em dinheiro. E esse dinheiro pode ser revertido para a compra de cadeiras de rodas que serão doadas para quem está na fila da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) do Rio de Janeiro.
Foi com essa lógica que Márcia Dabul, de 57 anos, se juntou com Padre Omar, responsável pela Paróquia São José da Lagoa, na Zona Sul, e decidiu começar o projeto "Rodando com tampinhas", em 1º de janeiro deste ano. E a paróquia se transformou no ponto principal de arrecadação de tampinhas.
“Eu via a quantidade de tampinhas e os animais em risco. Ali, na Lagoa, é um lugar tão bonito que a gente como cidadão tem obrigação de manter, né?”, conta Márcia, como surgiu a ideia do projeto.
Com a divulgação boca a boca e em redes sociais, em cinco meses, foram arrecadados 1.876 quilos de tampinhas. E até agora, o projeto já conseguiu dinheiro suficiente para a comprar sete cadeiras de rodas, sendo cinco para adultos, e duas para crianças.
“Mais do que nunca é importante o nosso olhar atento sempre às necessidades do próximo e também a preocupação com o meio ambiente. É um simples gesto que pode gerar um grande resultado para as pessoas necessitadas”, destacou Padre Omar.
A fila da ABBR é de aproximadamente 300 pessoas precisando de cadeiras de rodas por mês. A instituição só consegue doar 50 cadeiras/mês. A compra das cadeiras é feita pela própria ABBR, que busca os melhores preços no mercado.
Mas como solidariedade atrai solidariedade, a corrente do bem foi se formando e algumas pessoas decidiram ajudar também com dinheiro para a compra das cadeiras. Com isso, o projeto conseguiu entregar mais quatro cadeiras de adulto e cinco de criança.
“Representa para uma criança o jeito dela frequentar uma escola. Representa para um adulto poder voltar a trabalhar, conseguir realizar algum tipo de serviço, conseguir ir para o seu tratamento e voltar”, destacou a assistente social da ABBR, Cristiane Barbosa.
Como houve uma grande corrente de ajuda em dinheiro, a ABBR abriu uma conta específica para quem quiser doar. E Márcia administra a venda das tampinhas para as empresas de reciclagem através do Instituto Soul Ambiental.
“Quando indústria vem aqui e faz a coleta, ela deposita diretamente na conta do fabricante da cadeira, já está incluso o frete, né? Entrega diretamente na paróquia e aí é feita doação para ABBR”, explicou o diretor Rafael Borges, do Soul Ambiental.
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